quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dr. Evaldo Leite - Acupuntura: quem pode praticá-la, com bom senso e inteligência.



Entrevista com o grande acupunturista Evaldo Leite, mestre com quem tive a honra de ter aula.
     "Honra e grande privilégio de entrevistar Dr. Evaldo Leite, professor de ética, moral, filosofia, postura de vida e Acupuntura, entre tantas outras coisas. Lições para todos nós, inclusive para médicos, formados e recém-formados, juízes e magistrados sobre a realidade da prática da Acupuntura. Imperdível." (João Carlos Baldan)






Acupuntura e o Equilíbrio Emocional





     No mundo moderno, a Acupuntura tem conquistado, cada vez mais, espaço e adeptos. Porém, muitas pessoas ainda não tem uma noção clara sobre como ela funciona. A acupuntura é uma técnica de tratamento da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que consiste no estímulo de pontos determinados da superfície da pele, localizados nos meridianos (canais de energia), com o objetivo de equilibrar a energia vital (Qi) do ser humano. Podem ser utilizadas neste processo agulhas, ventosas, massagens, e até o calor (moxabustão).
     A saúde depende de inúmeras interações possíveis entre o ambiente, as emoções, a alimentação e o estilo de vida de cada um. O equilíbrio entre o indivíduo e o meio não é estático, mas dinâmico como a própria natureza. O corpo adoece quando perde seu poder de se adaptar ao meio externo.
     Dentro da concepção chinesa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio dessa energia, e a acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Conforme a MTC, os fatores de adoecimento podem ser de origem interna, externas, ou ambas. São considerados fatores internos a estrutura genética e hereditária, o modo de vida e os sentimentos. Os fatores externos dependem do clima, em suas manifestações, e do meio ambiente.
     Dentre os fatores de adoecimento internos estão as emoções. As emoções em si não são causadoras de doenças, pois são inerentes a natureza humana. É normal que as pessoas sintam uma variedade de emoções em diferentes circunstâncias. Porém quando as emoções são prolongadas, intensas, reprimidas ou não admitidas, afetam o equilíbrio interno do indivíduo, levando a uma alteração do fluxo de energia, tornando-se causas de desarmonia nos órgãos e vísceras, gerando doenças. Da mesma maneira, as desordens de órgãos e vísceras geram alterações emocionais e distorção da realidade.
     Com a abordagem psicossomática e as terapias com enfoque corporal, passou-se a acreditar que as doenças físicas como gastrite, cefaléia, dores articulares e o câncer teriam como base alterações emocionais. A doença não surge de uma hora para outra; é fruto de uma sucessão de experiências estressantes acompanhadas por uma fragilidade do mecanismo de proteção.
     O acupunturista está sempre atento ao aspecto emocional de seu paciente, que pode ser gerador de patologias internas ou agravador de doenças já existentes. Com a acupuntura busca-se tratar a pessoa como um todo, a origem dos problemas, e não apenas um sintoma específico. Por este motivo dá-se tanta importância as desordens emocionais do paciente, além das queixas físicas.
     É um tratamento eficiente em distúrbios como insônia, ansiedade, falta de libido, dores, até doenças mais complexas como síndrome do pânico, depressão, entre outras. A acupuntura promove o equilíbrio físico e mental, aumentando a produção de endorfina e serotonina, responsáveis pela sensação de bem estar, sem agredir o corpo e a mente.

Acupuntura no Tratamento da Ansiedade e Depressão



   A acupuntura é uma técnica milenar da Medicina Tradicional Chinesa que sustenta que o corpo humano atua como um pequeno universo conectado por canais energéticos, pelos quais percorrem a energia vital (Qi). A estimulação física, que envolve a inserção de agulhas em pontos destes canais, promove a autorregulação das funções do corpo gerando saúde ao paciente, pois restaura o equilíbrio, previne e trata doenças.
Nos dias de hoje é muito comum as pessoas sofrerem de distúrbios como ansiedade, depressão, pânico, estresse e insônia. O ritmo acelerado da vida moderna resulta em falta de tempo, excesso de trabalho, trânsito caótico e problemas familiares, que diminuem a qualidade de vida e causam doenças.
   A ansiedade é a sensação de apreensão ou receio, sem causa real. É normal sentir um pouco de ansiedade, em graus aceitáveis, porém ela se torna patológica quando a pessoa sente medo ou tensão por tempo prolongado. A pessoa ansiosa somatiza suas fraquezas psíquicas, podendo sofrer de dores de cabeça, dores difusas, gastrite ou úlcera, insônia, problemas sexuais, entre outros sintomas.
   A depressão é um distúrbio comum entre a população geral, sendo um estado de alteração das emoções e do ânimo, que leva a alterações físicas, emocionais e mentais. Os sintomas da depressão são muito variados, como sensações de tristeza, pensamentos negativos e/ou suicidas, até alterações da sensação corporal, como dores, desconforto no batimento cardíaco e enjoos. Normalmente a pessoa apresenta perda de energia ou interesse, dificuldade de concentração, alterações do apetite e do sono, lentificação das atividades físicas e mentais, sentimento de pesar ou fracasso.
   A acupuntura tem sido muito procurada por pessoas que buscam uma terapia alternativa e natural para aliviar a ansiedade e a depressão, além de outros transtornos como síndrome do pânico e distúrbios alimentares. Acupuntura promove o equilíbrio físico (biológico) e mental, aumentando a produção de endorfina e serotonina, responsáveis pela sensação de bem estar, sem agredir o corpo e a mente.
   Existem diversos estudos científicos que comprovam a eficácia da acupuntura para estes fins, podendo ser facilmente associada a outros tipos de tratamentos como o medicamentoso e a psicoterapia. Durante a sessão o paciente experimenta a agradável sensação de leveza, induzida pelo estímulo dos pontos de acupuntura.

Acupuntura Estética



        A partir do momento em que o conceito de saúde passou a ser a harmonia entre a mente, corpo e espírito, a estética passou a ter importância, principalmente por ter implicação emocional, resultando, em alguns casos, no desequilíbrio desta harmonia.
        Através dos conhecimentos chineses sobre saúde e da evolução do conhecimento científico do funcionamento da acupuntura foram desenvolvidas as técnicas da acupuntura estética.
        A principal diferença dos tratamentos estéticos comuns, além de não necessitar tempo de recuperação, é que a acupuntura considera o paciente como um todo. Normalmente os problemas estéticos têm ligação com o desequilíbrio da energia dos órgãos internos.
        O tratamento estético por acupuntura é feito da mesma maneira que as sessões de acupuntura para doenças. A homeostase, ou equilíbrio energético é conseguido através da estimulação de determinados pontos situados nos canais energéticos, atuando tanto na queixa estética do paciente, quanto no equilíbrio do organismo, aumentando a imunidade e prevenindo doenças.
        A acupuntura pode tratar uma série de alterações inestéticas:
        Facial: rugas e linhas de expressão, flacidez, manchas de pele, acne, olheiras.
     Corporal: gordura localizada, flacidez abdominal e de membros, estrias cutâneas, celulite, obesidade, cicatrizes hipertróficas e queloides, vitiligo e psoríase.

Acupuntura: Uma Visão Científica


ACUPUNCTURE: A SCIENTIFIC VISION.

Héleni Cristiane Medina Mettifogo[1], Roberto Alva[2], UNIGRAN.
Biomedicina, Universidade da Grande Dourados, Dourados/MS, Brasil.
   


RESUMO
A acupuntura é uma técnica utilizada para o tratamento e cura de enfermidades, que age através da inserção de agulhas em pontos específicos, que foram empiricamente descobertos ao longo de milhares de anos pelos chineses. Para a medicina tradicional chinesa a acupuntura age equilibrando a energia vital (Qi), que está em excesso ou em falta no estado patológico. Esta explicação filosófica, não convence os profissionais da medicina ocidental moderna, que buscam elucidar seus os mecanismos de ação por meios científicos. Pesquisas recentes revelam as propriedades dos pontos e meridianos da acupuntura, e a forma como estes podem agir no organismo, explicando os resultados obtidos pelo agulhamento. Ensaios clínicos demonstram que a acupuntura é eficaz no tratamento e cura de diversas patologias, embora a maioria desses estudos necessite de maior rigor científico. A elucidação dos mecanismos de ação da acupuntura e a comprovação científica de sua eficácia têm muito a contribuir para a melhora da saúde de um modo geral e para a evolução da medicina ocidental e oriental.

Palavras-chaves: Acupuntura. História. Mecanismo de Ação. Aplicações. Eventos Adversos.

ABSTRACT
Acupuncture is a technique used for the treatment and cure of diseases that act through the insertion of needles in specific points, which had been discovered experimentally throughout thousand of years by the Chinese. For the Chinese traditional medicine the acupuncture acts balancing the vital energy (Qi), that is in excess or lack in the pathological state. This philosophical explanation does not convince the professionals of the medicine occidental modern, whom try to elucidate its mechanisms of action in scientific ways. Recent research discloses the properties of the points and meridians of acupuncture, and the form as they can act in the organism, explaining the results obtained through the needling. Clinical assays demonstrate that acupuncture is efficient in the treatment and cure of diverse illness, even so the majority of these studies need more scientific severity. The elucidation of the action mechanisms of acupuncture and the scientific evidence of its effectiveness have much to contribute for the improvement of health in general and for the evolution of the occidental and oriental medicine.

Keywords: Acupuncture. History. Action Mechanisms. Applications. Adverse Events.

INTRODUÇÃO

Para entender como a medicina tradicional chinesa age é necessário conhecer em que se baseiam suas técnicas, ou seja, conhecer suas teorias para só então procurar compreender seus mecanismos. O objetivo desta pesquisa é descrever no que se baseiam as técnicas da medicina tradicional chinesa, da acupuntura especificamente, e apresentar algumas patologias onde a acupuntura pode ser utilizada como tratamento ou terapia, e seu mecanismo de ação, pois se acredita que a insuficiência de estudos científicos que comprovem com veemência o mecanismo de ação das agulhas na medicina ocidental moderna, ou seja, demonstrações científicas desse método, possam interferir na aceitação do tratamento com base na Medicina Tradicional Chinesa.
A acupuntura é o conjunto de conhecimentos teórico-empíricos da medicina chinesa tradicional que visa à terapia e a cura das doenças através da aplicação das agulhas e de moxas, além de outras técnicas (WEN, 2005). O reconhecimento da eficácia da acupuntura não depende da demonstração empírica de seus resultados. Problemas metodológicos e conceituais dificultam o estabelecimento de seu valor terapêutico, com base na ciência ocidental moderna (PALMEIRA, 1990). As recentes pesquisas científicas muito têm contribuído para uma maior compreensão da acupuntura. Além dos conceitos já bem conhecidos, existem mecanismos neurológicos e neuroendocrinológicos; a acupuntura tem provado ser eficaz em relação aos sistemas alérgico e imunológico. Apesar de ser uma ciência antiga, continua sendo um campo aberto à pesquisa e a novos conhecimentos (WEN, 2005).
         As teorias explicativas com bases científicas – corretas ou não – são inúmeras, o que por si só demonstra que nenhuma delas é satisfatória. Algumas dessas teorias são: enzimática, histamínica, galvânica ou eletrônica, irritativa, reflexoterápica, embrionária, excitação do sistema reticuloendotelial, integração neuroendocrinovascular, endorfínica, etc. (CORDEIRO et. al., 2001).
Apesar da eficácia demonstrada em várias situações, a carência nas bases científicas da acupuntura ou na compreensão de sua linguagem tem restringido seu uso. A pesquisa da acupuntura reveste-se, portanto, de grande interesse, na medida em que poderá traduzir estes conhecimentos milenares, contribuindo para sua aceitação e incorporação. Ao mesmo tempo, poderá colaborar com avanços na medicina de forma geral, e da neurofisiopatologia em especial. De qualquer forma, o bem-estar humano e animal será beneficiado (SCOGNAMILLO-SZABÓ, BECHARA, 2001).

METODOLOGIA

Este trabalho foi realizado através da revisão bibliográfica de dados sobre a medicina tradicional chinesa, com ênfase na técnica da acupuntura. Estes dados foram obtidos por meio de livros, artigos publicados em revistas científicas periódicas e artigos científicos publicados em revistas on-line da área médica como Scielo, The Lancet, Biomed Central, utilizando a palavra chave “Acupuntura”.

DISCUSSÃO

A acupuntura é uma técnica terapêutica milenar que tem sido assunto de muitas pesquisas científicas realizadas nos últimos anos (PALMEIRA, 1990). Acreditava-se que a acupuntura não possuía nenhum fundamento científico, uma vez que sua utilização como forma de tratamento se baseia em conceitos abstratos da filosofia Taoísta, como a teoria do Yin-Yang, teoria dos cinco elementos, dos meridianos e da energia vital Qi(SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2001; JAMIL, 2001). A opinião das pessoas em relação à acupuntura começou a mudar após os resultados que estão sendo obtidos com estas pesquisas (WEN, 2005; FERREIRA, 1985). Vários estudos demonstram que os pontos utilizados por esta terapia estão localizados em regiões da pele que possuem menor resistência elétrica basal, e que o potencial elétrico dessas áreas varia segundo influências de fatores como doenças, fadiga, emoções e fatores ambientais. Além disso, estes pontos possuem propriedades diferentes das outras regiões do corpo por se localizarem em sítios mais vascularizados, com maior concentração de terminações nervosas, maior concentração de células como mastócitos, entre outras (SANTOS, 2003; JAMIL, 2001; AHN, 2005).
O mecanismo de ação da acupuntura tem sido associado ao estímulo neuro-humoral para a liberação de certas substâncias como norepinefrina, endorfina, encefalinas, serotonina e a liberação ou inibição de algumas substâncias que atuam na sensação da dor. Também estariam envolvidos mecanismos de vasoconstrição ou vasodilatação que resultam no aumento de células leucocitárias (BICUDO, 2005).
A existência dos meridianos parece estar associada ao tecido conectivo frouxo, que seria responsável pela condução do estímulo ocasionado pelo agulhamento e pelos efeitos distais obtidos com a acupuntura. Alguns estudos também demonstram que os acupontos estão localizados em locais com maior espessura desse tecido (AHN, 2005; WIEGELE, 2006; LANGEVIN, 2002).
A grande maioria das pesquisas que buscam avaliar a eficácia ou não da acupuntura tem se mostrado a favor da mesma (TABOSA et al., 2002; YENG, 2001; BALLEGAARD, 1998; THORER, 1996; HE, 2005). Estes resultados levaram a Organização Mundial de Saúde a reconhecer a eficácia da acupuntura no tratamento de várias patologias, dentre elas sinusite, rinite, amigdalite, bronquite e conjutivites agudas, faringite, gastrite, duodenite ulcerativa e colites agudas e crônicas (SCOGNAMILLO-SZABÓ, 2001).
Muitos autores discorrem sobre a existência de dificuldades na realização de uma pesquisa com modelos rigorosos de avaliação. Os profissionais acupunturistas defendem que o tratamento tradicional consiste na avaliação individual dos pacientes e que o fato de os estudos clínicos serem realizados sob um padrão de pontos selecionados para a terapia pode interferir nos resultados obtidos (DULCETTI JUNIOR, 2001; WEN, 2005). Apesar da grande quantidade de ensaios clínicos realizados nessa área, estes têm apresentado importantes deficiências metodológicas, que devem ser corrigidas para a obtenção de resultados legítimos (CHAMI, 1998; CARNEIRO, 1997/1998; FERREIRA, 1999; SILVA, 2005; TABOSA, 2002).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como se observa, a acupuntura é uma forma de tratamento que tem se mostrado eficaz para muitas patologias, tanto agudas como crônicas. Apesar das muitas pesquisas já realizadas, ainda existe uma carência de bases científicas e de estudos bem elaborados que demonstrem o seu mecanismo de ação de maneira satisfatória. Enquanto isso, a acupuntura, assim como outras terapias denominadas alternativas ou complementares, enfrenta uma dificuldade quanto a sua aceitação na sociedade ocidental. O tratamento pela acupuntura tradicional busca o equilíbrio do organismo como um todo, e apesar da eficácia comprovada, existem algumas patologias que não podem ser tratadas pela medicina tradicional. Portanto, as pesquisas nesta área são de grande interesse para humanidade, pois poderá colaborar com avanços tanto da medicina ocidental quanto da medicina oriental.
Mesmo com a carência de explicações científicas para os resultados obtidos com esta técnica, a acupuntura está sendo cada vez mais difundida por todo o mundo. Apesar de apresentar raros efeitos adversos mais graves, a falta de regulamentação e fiscalização da acupuntura pode resultar na formação duvidosa de alguns profissionais, sujeitando os pacientes a riscos que poderiam ser facilmente evitados, sendo de fundamental importância que as autoridades responsáveis tomem as atitudes cabíveis para a melhora do atendimento oferecido aos pacientes que buscam esta forma de tratamento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AHN, A.C., WU, J., BADGER, G. J., HAMMERSCHLAG, R., LANGEVIN, H. M. Electrical Impedance Along Connective Tissue Planes Associated With Acupuncture Meridians. BMC - Complementary and Alternative Medicine, n. 5. p. 10, 2005. Disponível em: <http://www.biomedcentral.com/14726882/5/10>. Acesso em: 22 maio 2007.

 

BALLEGAARD, S. Acupuncture and the Cardiovascular System: a Scientific Challenge. Acupuncture in Medicine. v.16, n.1, p.2-9, Maio 1998. Disponível em: <http://www.acupunctureinmedicine.org.uk/servearticle.php?artid=335> Acesso em: 11 abr. 2006

BICUDO, F. A Química da Acupuntura..PESQUISA FAPESP: Ciência e Tecnologia no Brasil. Ed. Plural. São Paulo, n. 113, p. 50-53, Jul. 2005.


CHAMI, F. A. I., YAMAMURA, Y. YABUTA, M. M. Efeito Da Acupuntura No  Tratamento Da Rinite Alérgica.Revista Paulistana De Acupuntura. v. 4,  n. 2, p. 75-82, 1998. Disponível em: <www.center-ao.com.br/loja/images/artigos/r7a3.pdf>. Acesso em: 27 maio 2007.
CORDEIRO, A. T. CORDEIRO, R. C., LEITE, E. M. Acupuntura: Elementos Básicos. 3. ed. Polis. São Paulo, 143 p., 2001.
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FERREIRA, M. V. O que é Acupuntura. Ed. Brasiliense, p. 77. 1985.
HE, D., HOTSMARK, A. T., VEIERSTED, K. B., MEDBO, J. I. Effect of Intensive Acupuncture on Pain-Related Social and Psychological Variable for Women with Chronic Neck and Shoulder Pain – An RCT with Six Month and Three Year Follow Up. Acupuncture in Medicine. v. 23, n. 2, p. 52-61, 2005. Disponível em: <www.medical-acupuncture.co.uk/aimintro.htm>. Acesso em: 10 abr. 2006.
JAMIL, T. Medicina Complementar: Um Guia Prático. Ed. Manoele. Barueri, p. 236, 2001.
LANGEVIN, H. M., YANDOWN, J. A. Relationship of Acupuncture Points and Meridians to Connective Tissue Planes.The Anatomical Record. New Anatomist. v. 269. p. 257–265, 2PALMEIRA, G. A Acupuntura no Ocidente. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.6, n.2, p. 117-128, Abr/Jun. 1990.

SANTOS, L.A., PADUA, L., FREITAS A. e LUZ, M.M.M. Análise Postural e do Equilíbrio Dinâmico em Parkinsonianos Tratados pela Acupuntura Auricular e Escalpeana Associado à Eletroestimulação. SOBRAFISA: Publicação Oficial da Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas. Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 42-48, Jul/Ago/Set. 2003.


SCOGNAMILLO-SZABÓ, M. V. R. BECHARA, G. H. Acupuntura: Bases Científicas e Aplicações. Ciência Rural, Santa Maria, v. 3. n. 6, p. 1091-1099, 2001.


TABOSA, A., YAMAMURA, Y., FORNO, E.R., MELLO, L.E.A.M. Effect of the Acupoints ST-36 (Zusanli) and SP-6 (Sanyinjiao) on Intestinal Myoelectric Activity of Wistar Rats. Brazilian Journal of Medical and Biological Research, Ribeirão Preto, v. 35, n. 6, p. 731-739, Jun. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100879X2002000600015&lng=es&nrm=iso>. Acesso em: 13  Out.  2006. 


THORER, H., VOLF, N. Acupuncture after Alcohol Consuption: A Sham Controlled Assesment. Acupuncture in Medicine. v. 1, n. 2, p. 63-67. Trabalho apresentado no encontro de Outono do BMAS em Londres em outubro de 1996. Nov. 1996. Disponível em : <http://www.acupunctureinmedicine.org.uk/servearticle.php?artid=292>. Acesso em: 11 abr. 2006.


WEN, T. S. Acupuntura Clássica Chinesa. 11. ed. Cultrix. . São Paulo, 226p., 2005. 


WIEGELE, B. SCHOBER, G. KUNDER, J. KOLB F. P. IRNICH, D. A New  Sensor Technique for Measurements of Electrical Potential Profiles of Human Skin at Acupuncture Points. Forsch Komplementarmed. v. 13, n. 4, p. 227-232, Ago 2006. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?itool=abstractplus&db   =pubmed&cmd=Retrieve&dopt=abstractplus&list_uids=16980770>. Acesso em: 30 maio 2007.


YENG, L. T., KAZIYAMA H. H. S., TEIXEIRA, M. J. Síndrome Dolorosa  Miofascial. Revista de Medicina. São Paulo, v. 80, p. 94-110, 2001. Edição Especial Parte 1. Disponível em: <http://www.revistademedicina.com.br/Artigos/80s_05.pdf >. Acesso em: 13 out. 2006.


[1] Acadêmica do Curso de Biomedicina da Universidade da Grande Dourados.

[2] Professor do Curso de Biomedicina da Universidade da Grande Dourados.

Acupuntura e Moxabustão são reconhecidas pela UNESCO como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade


A Acupuntura já tinha visto os seus benefícios reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde, mas agora foi a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) a reconhecê-la como Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade (PCIH).

A decisão foi conhecida durante a realização do Comitê Intergovernamental da UNESCO, em Nairóbi, no Quênia, a 16 de Novembro de 2010. A Moxabustão, outra especialidade da Medicina Chinesa, foi também nomeada na mesma categoria, durante o encontro no Quênia.

A lista do patrimônio cultural intangível da humanidade foi criada em 2003 com o propósito de proteger as culturas e tradições populares.

Segue abaixo o relatório da UNESCO sobre a atribuição deste reconhecimento à Acupuntura e à Moxabustão. 

 

Acupuntura e Moxabustão da Medicina Tradicional Chinesa


Inscritas em 2010 na Lista de Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade

País: China

A acupuntura e a moxabustão são técnicas da medicina tradicional chinesa extensamente praticadas na China, e igualmente encontradas nas regiões do sudeste da Ásia, da Europa e das Américas.
As teorias da acupuntura e da moxabustão sustentam que o corpo humano atua como um universo pequeno conectado por canais, e que pela estimulação física destes canais o praticante promove a autorregulação das funções do corpo humano e traz saúde ao paciente.
Esta estimulação envolve a queima da moxa (artemísia) ou a inserção das agulhas em pontos destes canais, com o intuito de restaurar o equilíbrio do corpo e prevenir e tratar doenças. Na acupuntura, as agulhas são selecionadas de acordo com a condição individual e usadas para puncionar e estimular os pontos escolhidos. Moxabustão é geralmente dividida em moxabustão direta e indireta, na qual cada cone de moxa é colocado diretamente nos pontos ou palitos de moxa são usados e mantidos a certa distância da superfície do corpo para aquecer a área escolhida.
Os cones e palitos de Moxa são feitos das folhas secas de artemísia.
A acupuntura e a moxabustão eram ensinados através da instrução verbal e da demonstração, transmitidas pelas relações do mestre-discípulo ou através dos membros de um clã. Atualmente, a acupuntura e a moxabustão também são transmitidas através da educação acadêmica formal.

Documentos
Formulário de nominação: Inglês/Francês
Consentimento das comunidades: Chinês/inglês

Decisão 5.COM 6.6

O comitê (…) decide que [este elemento] satisfaz os critérios para a inscrição na Lista de Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade, como segue:

R1: A acupuntura e a moxabustão são um conhecimento e uma prática tradicionais que estão sendo transmitidos de geração à geração e reconhecidos pelas comunidades chinesas no mundo inteiro como parte de sua herança cultural intangível;
R2: Sua inscrição na Lista Representativa pode contribuir com o aumento de consciência a respeito da medicina tradicional no mundo inteiro, ao promover o intercâmbio cultural entre a China e outros países;
R3: Uma série de medidas de proteção presentes e futuras visa proteger e promover o elemento, suportado pelos compromissos do Estado, das comunidades e dos portadores da habilidade para a sua implementação;
R4: A nominação demonstra que os praticantes que participaram no processo da nominação e forneceram seu livre, prévio e informado  consentimento;
R5: A acupuntura e a moxabustão estão inscritas na Lista Nacional de Patrimônio Cultural Intangível administrada pelo Departamento do Patrimônio Cultural Intangível do Ministério da Cultura.


Equilíbrio Vital

Por Nilson Fernandes

   Século II a.C.. Os imperadores chineses, que por mais de cinco mil anos administraram o mais populoso e desenvolvido país do planeta, já então garantiam a boa saúde do povo distribuindo pelas cidades, vilas e aldeias, através dos governantes locais (os mandarins), acupunturistas tradicionais. Na gênese, poderemos constatar alguma similitude entre essa prática e o ideal do Programa Saúde da Família (PSF), desenvolvido aqui no Brasil.
   Formados no entorno do palácio imperial, os acupunturistas detinham conhecimento amplo e diverso, atuando na prevenção das doenças. Por exemplo: em uma aldeia com dez famílias, o conjunto desses núcleos recebia cem moedas como salário, sendo dez por cada casa. Cada membro da família, por sua força produtiva, representava um valor no ordenado do acupunturista. Na família de 4 membros, ao pai cabia receber 5 moedas; a mãe, 3; e cada filho, 1 moeda.
   Se o pai adoecesse, o profissional não receberia o valor que a ele correspondia – de 5 moedas. Se todos adoecessem, nada receberia, portanto. Por isso, o acupunturista preocupava-se mais em MANTER A SAÚDE, em cuidar das pessoas e não apenas tratar a doença. Diferente de hoje, em que a doença é o foco, não a pessoa. Na visão da tradição chinesa, o equilíbrio e a não-doença é que é o natural da vida. Só adoecemos porque nosso corpo se desequilibra e permite que algum mal se instale.
   Assim, esses conselheiros da saúde da China Antiga indicavam desde o local mais adequado para a construção da casa, a distribuição dos cômodos e dos elementos internos, até a escolha dos odores e cores mais convenientes. Passavam também pela dietética, sugerindo a alimentação adequada para cada época do ano. Os acupunturistas de antanho recomendavam exercícios físicos, como o Tai Chi Chuan, para auxiliar na recuperação do corpo, e indicavam chás e infusões com plantas, ervas e elementos naturais. Atuavam com o mais amplo sistema de prevenção, cura e profilaxia existente até hoje – a acupuntura efetivamente tradicional.
   Acupuntura essa, cujo mais amplo exame, obrigatório e necessário para o benefício do paciente, é a PULSOLOGIA. Através de uma análise detida dos pulsos do paciente o acupunturista realiza o diagnóstico correto. Tais pulsos, chamados de ‘reveladores’, indicam até a existência de enfermidades que ainda não se manifestaram no aspecto físico. Esse exame, apenas ele, é capaz de revelar os desequilíbrios energéticos que o corpo tem e que se interrelacionam com os diversos órgãos e estruturas orgânicas. É como dizem os psicólogos: antes de adoecer no corpo, adoece-se na alma. Na acupuntura, a máxima é adaptada: antes de se adoecer no corpo, adoece-se na energia.
   Não é apenas Albert Einstein (em sua concepção de identidade entre matéria e energia) que corrobora as percepções milenares dessa tradição. Toda ciência, à medida que evolui, comprova o que a Acupuntura nos ensina. E tem evoluído a tal ponto que, em muitos países, é o primeiro procedimento médico adotado. Na quase totalidade dos casos ela resolve. Não vemos outro caminho para o futuro de uma saúde universal senão com a PREVENÇÃO.
   Lembrete: não é a faculdade que o acupunturista faz que indica a sua qualidade como terapeuta, mas a escola onde ele se especializou. Muitos há que dizem ser acupunturista, quando em verdade são meros “enfiadores de agulhas”, sem absolutamente querer desmerecê-las. Sem tomar o pulso, nem entender de energias (do ser humano em sua integralidade), não se pode ser preventivo. Analise se aquele que o atende é realmente tradicional. E tenha saúde, seja feliz.

Nilson Fernandes
Professor de Medicina Tradicional Chinesa


Abaixo-assinado PL pela Regulamentação da Acupuntura


ABAIXO-ASSINADO PL PELA REGULAMENTAÇÃO DA ACUPUNTURA NO BRASIL

Para: dep.goretepereira@camara.gov.br

NÓS, A POPULAÇÃO BRASILEIRA E TODOS OS ACUPUNTURISTAS DESTE PAIS, SOLICITAMOS RELATÓRIO FAVORÁVEL AO PL 1549/2003 MANTENDO-O NA ÍNTEGRA, GARANTINDO O EXERCÍCIO PARA: 

Art 2º
I - Os possuidores de diploma de NÍVEL SUPERIOR EM ACUPUNTURA ... ;
II - Os DIPLOMADOS NO EXTERIOR ... ;
IV - Os PRATICANTES DE ACUPUNTURA ... com exercício profissional efetivamente comprovado até a data da publicação desta Lei;
V - Os que tenham CERTIFICADO DE CURSO LIVRE ... OU CURSO TÉCNICO ... ;
VI - Os APROVADOS EM EXAME DE SUFICIÊNCIA ... em até cinco anos da data de entrada em vigor desta Lei.
Art 3º
Criação do Conselho Federal de Acupuntura ...
PARÁGRAFO ÚNICO - PROFISSIONAIS DE NÍVEL SUPERIOR DAS ÁREAS DE SAÚDE COM ESPECIALIZAÇÃO, a fiscalização poderá ser efetuada pelos respectivos Conselhos, desde que tenham reconhecido a Acupuntura como especialização ou recurso complementar. PL 1549/2003 -

Projetos de Lei e Outras Proposições - Câmara dos Deputados

Os signatários


A História Política da Acupuntura no Brasil

     Por Cláudia Rodrigues - Jornalista

     Um pouco da história da acupuntura no Brasil!


     Por recurso do Conselho Federal de Medicina o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, decidiu pela proibição da prática da acupuntura por quaisquer profissionais da saúde que não tenham formação em faculdades de medicina. A decisão da última terça-feira está valendo a partir da publicação oficial, ainda que as demais categorias recorram. Acupuntura no Brasil agora é ato médico. Exclusivo.
     A política médica que ganha hoje no país a exclusividade para a prática da acupuntura já desqualificou a técnica nos mesmos tribunais. No final dos anos 1960 a categoria posicionou-se contra a prática da acupuntura, considerando-a charlatanismo.
Acupunturistas foram presos acusados de curandeirismo, estavam totalmente desprotegidos pela legislação.
     No início dos anos 1970 o Conselho Federal de Medicina rejeitou oficialmente a acupuntura e a reflexologia como atividades médicas.            O Conselho de Medicina de São Paulo censurou publicamente o médico Evaldo Martins Leite por praticar acupuntura, Naquela época, ainda que em outros países a acupuntura estivesse sendo reconhecida e procurada como uma nova ferramenta de trabalho por vários profissionais, entre eles os médicos, no Brasil era uma vergonha ser médico e defender a acupuntura.
     Os resultados práticos dos efeitos da terapia oriental eram inegáveis e vários países foram envolvidos em estudos para testar sua eficácia sob os paradigmas da pesquisa ocidental. Em 1977 o Brasil chegou a reconhecer a acupuntura como ocupação profissional. A Organização Mundial de Saúde, na mesma época, além de reconhecer, recomendava a prática. Os usuários surgiam, os profissionais acupuntores, vindos das mais variadas áreas de saúde, se multiplicavam.
     Médicos brasileiros, contrariando o CFM, começaram a fazer a formação com o alemão naturalizado brasileiro Friedrich Jahann Spaeth na antiga sede da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1979. Spaeth, que era fisioterapeuta, massoterapeuta e acupunturista formado na Alemanha, fundou no Brasil, em 1958, a primeira instituição voltada para a prática da acupuntura, a Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental.
     Antes dele, a acupuntura já existia nas comunidades chinesas desde 1812 e nas japonesas desde 1895. Os imigrantes orientais usavam-na entre eles, mas nunca se organizaram para difundi-la.
     Em 1961 desembarcou no Brasil Wu Tou Kwang, médico cirurgião vascular, que também passou a formar acupuntores, sempre defendendo a atividade como democrática, multidisciplinar, barata e eficaz. Na mesma década vieram os coreanos trazendo uma acupuntura diferente da japonesa e da chinesa. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o psicólogo Reuben B. Arnber, aluno de acupuntura de Wu Wei Ping, iniciava uma jornada política pela regulamentação da acupuntura.
     Mesmo sem apoio do Conselho Federal de Medicina, mais médicos passaram a frequentar cursos de acupuntura. A terapia oriental funcionava, eles podiam atestar, fervilhavam as pesquisas com revelações surpreendentes sobre o uso e a eficácia da técnica das agulhas. Politicamente era um problema a acupuntura ser lecionada por não-médicos, a autoridade principal do assunto não ter formação médica. Em 1980, pelo fato de não ser médico, Frederich Spaeth foi destituído da presidência da Associação Brasileira de Acupuntura pelos seus ex-alunos médicos. No raciocínio político, os médicos precisavam assumir a técnica, agora que ela era respeitada pela ciência. Banir os papas da acupuntura no país significava desvincular da ideia inicial, produzida pelos próprios conselhos de medicina, de que era charlatanismo. Perversão pouca é bobagem. E o judiciário ali, de testemunha na corrida do ouro.
     Na bela Recife de 1981, no I Congresso Brasileiro de Acupuntura, a manifestação de repúdio aos profissionais tradicionais de acupuntura por parte de médicos corporativistas tomou forma oficial e em 1984, em outro congresso da categoria, em Brasília, os médicos separaram-se oficialmente dos demais acupuntores para fundar a SMBA- Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura.
     Quatro anos depois o médico-deputado paulista Antonio Salim Curiati deu entrada ao projeto PL852/88 a favor da prática multidisciplinar da acupuntura. No mesmo ano a CIPLAN, comissão interministerial de Planejamento, após se reunir exclusivamente com representantes da SMBA, baixou resolução normatizando o emprego da acupuntura nos serviços públicos médicos assistenciais, restringindo a prática apenas para médicos.
     Em 1991, uma resolução em assembléia da OMS recomendou a intensificação de cooperação entre as medicinas tradicionais e a científica moderna, com medidas reguladoras dos métodos de acupuntura. O PLC Nº383/1991 para regulamentação da acupuntura foi aprovado, inclusive por todos os conselhos de medicina.
     Não durou muito o aparente sossego. Em 1993 a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária publicou um relatório com recomendação de que a acupuntura fosse monopolizada pela classe médica. O seminário, que resultou na recomendação, foi composto por 12 médicos da SMBA, 2 médicos a favor dos acupunturistas de outras formações e um profissional não-médico.
     Os médicos Wu Tou Kwang e Evaldo Martins Leite recorreram ao senador Valmir Campelo convencendo-o a mudar de opinião e democratizar a regulamentação para todos os profissionais da área saúde. Um abaixo-assinado contra o monopólio médico da acupuntura, com 45.000 nomes, sendo 300 de assinaturas de médicos, foi enviado ao Senado.
     Em 1997, uma nova manobra com emendas em plenário dos senadores médicos Lucídio Portela e José Alves tentou restaurar o monopólio da acupuntura para os médicos. Depois de muitos imbróglios, foi derrotada e a acupuntura se fortaleceu como profissão da área de saúde, respeitando suas origens não-médicas, podendo ser praticada por assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, biólogos, profissionais da educação física, biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, médicos veterinários, nutricionistas, psicólogos e odontólogos.
     Entre os anos 1980 e o final dos anos 1990, segundo dados publicados no Journal of the American Medicine Association, as chamadas “terapias alternativas” cresceram de 7% para 47% e a previsão era de que continuassem em elevação. No judiciário brasileiro somavam-se processos contra o exercício ilegal da medicina por acupunturistas não-médicos. O acesso ao livre exercício da profissão por outras categorias da área da saúde enfrentava atos arbitrários sucessivos do Conselho Federal de Medicina.
     As organizações pró-acupuntura multidisciplinar foram crescendo e se fortalecendo política e praticamente, já com base em evidências científicas, o que é raro nas terapias alternativas. Ainda em 1998, cientistas na Universidade da Califórnia comprovaram por meio de ressonância magnética que os pontos da acupuntura estavam mesmo ligados a importantes órgãos internos e funções do corpo. Era ciência, uma ciência caindo nas mãos de seus próprios criadores e eles faziam com ela o que bem quisessem, até formavam profissionais não-médicos! Foi um momento desesperador para os médicos corporativistas.
     Em 1999, ano de muito crescimento em pesquisas, fundações de instituições e popularidade da acupuntura, cresceram os debates. Nesse ano estimou-se que 5.000 médicos e 20.000 profissionais de outras áreas da saúde faziam uso da acupuntura.
     Em 2000, nova broma. Um grupo de médicos brasileiros enviou relatório ao Senado afirmando que na China, berço da acupuntura, ela era lecionada exclusivamente em escolas médicas. Não deu certo: num lance digno de profissionais éticos, o diplomata Affonso Celso de Ouro Preto, embaixador do Brasil na China, enviou carta ao Senado afirmando que, na China, “a acupuntura é uma atividade socialmente independente da medicina alopática ocidental”, sendo regulada pela Secretaria Nacional de Administração da Medicina Chinesa, sem qualquer ligação com a medicina alopata clássica.
     Em 2000, após o arquivamento da tentativa de monopólio da acupuntura pela classe médica no Senado, a Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura lançou a campanha com a pergunta – “Meu acupunturista é médico, e o seu?” — que induzia o eventual usuário a duvidar da capacidade dos acupunturistas vindos de outras áreas da medicina.
     E assim, nesse ritmo, continuou nos últimos 12 anos. A briga contra o exercício da acupuntura por outros profissionais da saúde é a mesma velha briga da medicina por mercado, por vaidade, por poder, por medo de perder o poder, como fica claro nessa breve e resumida história sobre a batalha particular entre médicos corporativistas e todos os outros profissionais de saúde que foram surgindo ao logo da história por consequência natural, e podemos afirmar, por ciência, derrubando crenças médicas.
     A guerra de hoje é a mesma que atravessa séculos contra o exercício pleno e legítimo do trabalho das parteiras, das enfermeiras. A mesma que levanta piadas contra o trabalho dos psicólogos, dos terapeutas, a mesma luta covarde contra os direitos dos profissionais da fisioterapia, dos optometristas. É a mesma, é o de sempre, é mais do mesmo. Não surpreenderia tanto se esses profissionais da medicina não fossem tão bem formados, tão bem treinados em incontáveis horas de estudo e treinamento técnico. Fica difícil compreender como profissionais de alto gabarito podem usar de estratégias e manobras políticas tão baixas, idênticas às que utilizavam na Idade Média.
     O espírito competitivo, predador e excludente dos representantes oficiais dos médicos no Brasil ainda levará a categoria inteira para o fundo do poço, o mesmo velho poço que tem servido para sepultar todos aqueles que ao longo da história da medicina foram acusados de charlatões.

Fonte: HTTP://SUL21.COM.BR/JORNAL/2012/03/%E2%80%9CMEU-ACUPUNTURISTA-E-MEDICO-E-O-SEU%E2%80%9D/

História da Acupuntura no Brasil


   No Brasil, antes de 1500, registros históricos comprovam que os índios brasileiros já praticavam técnicas rudimentares muito semelhantes à Acupuntura Clássica Chinesa, antes da chegada de Pedro Álvares Cabral, através da implantação de espinhos no corpo.
   A história da imigração chinesa para o país remonta ao ano de 1812 quando, por sugestão do Conde de Linhares, D. João VI autorizou a entrada dos chineses que trouxeram com eles a sua medicina tradicional chinesa. Calcula–se que vivam hoje no Brasil cerca de 190 mil chineses e descendentes.
   Em 1895, com o final do Período Feudal no Japão, muitos ficaram sem trabalho. O governo decide incentivar a saída do país de seus cidadãos. Foi firmado o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão. O Kassato Maru chegou em 1908 trazendo os primeiros japoneses para o Brasil, que introduzem sua técnica de Acupuntura.
   Em 1930 o diplomata francês Soulié de Morant começa a divulgar mais intensamente a Acupuntura em sua terra natal. Dali ela se espalhará pela Europa e Américas. Posteriormente, pelo fato de não ser médico, foi perseguido por alguns ex-alunos médicos. Enquanto isso no Brasil os acupunturistas de origem oriental, por não dominarem o nosso idioma, tinham dificuldades de ensinar a acupuntura e as terapias orientais em português, tornando-as restritas à colônia oriental.
   O professor Friedrich Johann Spaeth imigrou para o Brasil nos anos 40, fugindo da violência nazista, era natural de Luxemburgo e naturalizado brasileiro. Fisioterapeuta e massoterapeuta, foi cursar Acupuntura na Alemanha, lá permanecendo durante três anos.
   Em 1958, Frederico Spaeth, fundou a Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental e começou a ensinar Acupuntura para profissionais da área de saúde, grupo este responsável pela fundação desta primeira entidade da classe no país, a futura A.B.A. (Associação Brasileira de Acupuntura). Foi o seu grande divulgador, numa época em que a descrença sobre a acupuntura chegava ao ponto de freqüentemente ser confundida com charlatanismo. Enquanto isso, a técnica milenar já é usada na China para controlar a dor pós-operatória e passa a ser utilizada como anestésico em operações simples.
   No ano de 1961, juntamente com os Drs. Ermelino Pugliesi e Ary Telles Cordeiro, Spaeth fundou o Instituto Brasileiro de Acupuntura - IBRA, primeira clínica institucional de Acupuntura do Brasil. Posteriormente agregaram-se ao IBRA os Drs. Evaldo Martins Leite, Aguinaldo Sampaio de Almeida Prado e Ruy César Cordeiro, que constituíram o núcleo da primeira diretoria da ABA, Associação Brasileira de Acupuntura, após a modernização estatutária da Sociedade Brasileira de Acupuntura e Medicina Oriental, em 1972.
   Em 1966 a OIT (Organização Internacional do Trabalho) classifica o Acupunturista como uma das profissões da CIUO (Classificação Internacional Uniforme de Ocupações). Enquanto isso no Brasil muitos profissionais foram perseguidos por prática de charlatanismo, presos e acusados de curandeirismo. Nossa legislação não entendia que esta prática fosse saudável e que pudesse trazer benefícios à população.
   A ABA (Associação Brasileira de Acupuntura) foi fundada em 1972. O médico Dr. Evaldo Martins Leite sofreu censura pública pelo CRMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) por  praticar a Acupuntura. O prestigio internacional da ABA chegou ao ponto de ser escolhida, na pessoa do seu então presidente, Frederico Spaeth, para a direção da Sociedade Internacional de Acupuntura, com sede em Paris. A partir da sua criação, a ABA, melhor estruturada que sua antecessora, dinamizou os seus objetivos, organizando e ministrando os primeiros cursos sistematizados de ensino da acupuntura, para profissionais da área da saúde.
   Em 1972, contrariando uma já consolidada tendência mundial, em sua resolução 467/72, o Conselho Federal de Medicina rejeita oficialmente a Reflexologia e a Acupuntura como atividades médicas.
   O Ministério do Trabalho, em 1977, em convênio com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), definiu a profissão de acupunturista sob o código número 0-79.15, na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) através do Projeto BRA/70/550. A CBO foi reconfirmada no Diário Oficial do dia 11/02/94, Seção 1.
1979: A Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU para a área, já reconhecia o uso da acupuntura como terapêutica eficaz para mais de 40 doenças (WHO, "Viewpoint on Acupuncture"). Na UNIRIO, antiga Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, iniciou um curso de Acupuntura para profissionais da área de saúde. O perfil dos alunos era de estudantes de medicina insatisfeitos com a perspectiva alopática que seus cursos lhes forneciam. Os professores eram o saudoso Professor e fisioterapeuta Frederico Spaeth, e alguns jovens médicos recém formados, todos discípulos de Spaeth.
1980: É lançado o primeiro livro de Acupuntura escrito no Brasil, "Elementos de Acupuntura", pelo dentista Attilio Marins.
1980: Apesar da falta de apoio do CRM médicos começam a freqüentar mais intensamente os cursos da ABA.
1980: Pelo fato de não ser médico,  Frederico Spaeth é destituído da presidência da ABA por seus ex-alunos médicos.
1981: No I Congresso Brasileiro de Acupuntura, no Recife, alguns médicos corporativistas começam a discriminar os acupunturistas clássicos.
1981: É fundado o CEATA (Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas), um ícone da acupuntura multidisciplinar, onde médicos e profissionais de saúde têm aprendido a Medicina Vibracional.
1981: Um curso técnico de Acupuntura de São Paulo foi reconhecido pelo MEC.
1984: O crescimento desenfreado da acupuntura vem preocupando os profissionais da área. Para coibir abusos, eles vêm batalhando pela regulamentação profissional. Tramitam no Congresso Nacional desde 1984 vários projetos de lei pela regulamentação da acupuntura.
1984: No Congresso Brasileiro de Acupuntura, em Brasília, houve o primeiro desentendimento público na área. Os médicos separaram-se dos demais profissionais de saúde para fundar a SMBA (Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura).
1985: A primeira entidade promovedora de cursos de acupuntura em odontologia foi o IBRAHO – Instituto Brasileiro de Acupuntura e Homeopatia Odontológica, em 1985, cujo presidente é um dos pioneiros da acupuntura e da homeopatia na odontologia, o cirurgião-dentista, Orley Dulcetti Junior.
1985: O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional decide, em 29/10/85, através da Resolução COFITTO-60,  habilitar os fisioterapeutas  e terapeutas ocupacionais para a prática de Acupuntura.
1986: Quatro meses depois, o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM) passa a habilitar os seus profissionais à prática da milenar ciência das agulhas, através da Resolução nº 02/86. Os profissionais graduados em biomedicina recebem o registro de especialista em acupuntura após criteriosa avaliação sobre a respectiva idoneidade científica do curso de especialização.
1987: A primeira habilitação em Acupuntura expedida por um Conselho Federal foi concedida ao Biomédico Sérgio Franceschini Filho. Um marco de pioneirismo do CFBM que abriu caminhos para que outros profissionais de saúde recebessem registro definitivo como acupunturista.
1988: O médico Antônio Salim Curiati (PPB-SP) deu entrada ao projeto PL852/88 a favor da prática multidisciplinar da acupuntura.
1991: Foram propostos os PL935/91 de Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), e o Nº337 de 1991 do senador Fernando Henrique Cardoso, visando a regulamentação profissional. Todos estes projetos desde 1984 apresentam em comum o caráter democrático e social, estendendo o exercício da acupuntura para todos os profissionais da área de saúde e exigindo boa formação dos acupunturistas.
1991: Através da resolução WHA 44.34, a assembléia da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou à mesma a intensificação das atividades que levassem à cooperação entre as medicinas tradicionais e a medicina científica moderna, com a introdução de medidas reguladoras dos métodos de acupuntura.
1993: É publicado um relatório do seminário organizado pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, onde se recomenda o monopólio da Acupuntura pela classe médica. Tal seminário foi realizado sob condições suspeitas pois dele participaram 12 médicos da SMBA, 2 médicos a favor dos acupunturistas e 1 único profissional não-médico. Enquanto isso pesquisas realizadas pela WFAS (World Federation of Acupuncture-Moxibustion Societies), e pela revista "The European Journal of Oriental Medicine", dão conta de que só existe um país no mundo, a Dinamarca, onde a Acupuntura é restrita aos médicos e, por isso, lá a técnica chinesa está praticamente extinta.
1993: No Fórum Regular dos Conselhos Federais da Área da Saúde, realizado no Conselho de Odontologia, em um Seminário sobre “O exercício da Acupuntura no Brasil”, organizado pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, o Conselho de Medicina declara novamente que a acupuntura não é uma prática médica. Considerou-se em consenso na época que qualquer profissional da Área da Saúde, de nível superior tem bases acadêmicas necessárias para utilizar a Acupuntura.
1995: O CFM (Conselho Federal de Medicina) muda radicalmente a posição adotada nos últimos quarenta anos e classifica a Acupuntura como especialidade médica.
1995: O Conselho Federal de Enfermagem aprova, em sua 239ª Reunião Ordinária, o parecer n.º 004/95, favorável à prática de Terapias Naturais por profissionais de Enfermagem.  
1995: O Conselho Federal de Biomedicina reafirma a resolução de 1986 e publica nova normatização no intuito de disciplinar a prática da acupuntura pelo biomédico.
1995: Devido ao relatório e ao substitutivo favoráveis à monopolização da Acupuntura pela classe médica, os médicos Wu Tou Kwang e Evaldo Martins Leite vão conversar com o senador Valmir Campelo, convencendo-o a mudar de opinião e aceitar a democratização da regulamentação.
1995: É enviado para o Senado abaixo-assinado contra o monopólio médico da acupuntura, contendo 45.000 nomes, entre os quais há 300 assinaturas de médicos.
1995: Projeto Acupuntura Solidária - O projeto criado em 1995, realiza atendimento ambulatorial gratuito em pacientes carentes.
1996: Ocorre a Audiência Pública da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, solicitada pela senadora Benedita da Silva. Os médicos a favor e contra o monopólio da Acupuntura pela classe médica ali expuseram suas motivações. Os acupunturistas foram defendidos pelos médicos Evaldo Martins Leite e Wu Tou Kwang, pelo terapeuta naturista e presidente da ANTN, Rogério Fagundes Filho e pelo vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia, João Carneiro.
1996: Para elevar o nível dos acupunturistas são elaborados um Código de Ética e um Manual de Procedimentos em Acupuntura.
1997: O IBRATE ( Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino) foi fundado em Curitiba.  Atualmente tem sedes em Curitiba (PR), Londrina (PR), Campo Grande (MS) e Itajaí (SC), e parceria em  Maringá (PR). A instituição se especializou ao longo do tempo no ensino das terapias naturistas e técnicas terapêuticas manuais.
1997: De acordo com resolução n° 218 de 06/03/1997 do Conselho Nacional de Saúde são considerados profissões da saúde: Assistentes Sociais, Biólogos, Profissionais de Educação Física, Biomédicos, Enfermeiros, Farmacêuticos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, Médicos, Médicos Veterinários, Nutricionistas, Odontólogos, Psicólogos e Terapeutas Ocupacionais.
1998: A ABA (Associação Brasileira de Acupuntura) do RJ foi fundada, de maneira efetiva, em outubro de 1998. Nesta ocasião, houve a indicação e a eleição do Dr. Márcio De Luna para a presidência da entidade.
1998: A ANTN (Associação Nacional dos Terapeutas Naturistas) impetra mandado de segurança perante a 1ª Vara Cível Federal da circunscrição judiciária de Paraná nos autos Nº98.0006327-7, visando garantir o livre exercício da profissão contra os atos arbitrários do CFM. Enquanto isso cientistas da Universidade da Califórnia comprovaram, através de ressonância magnética funcional do cérebro, que os pontos da acupuntura estão mesmo ligados a importantes órgãos internos e funções do corpo.
1998: Ocorre Ato Público em favor dos Acupunturistas, na Câmara Municipal de São Paulo.
1998: A Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas (SOBRAFISA) foi fundada em 09 de agosto de 1998, com objetivo de congregar profissionais Fisioterapeutas e Especialistas em Acupuntura no sentido de promover aprimoramento, desenvolvimento científico e cultural.
1999 - O deputado Carlos Minc (PT-RJ) consegue aprovação de um projeto de lei que institui o serviço de acupuntura na rede pública de saúde do Rio de Janeiro. O governador Anthony Garotinho através do decreto 3181 autorizou a Acupuntura no serviço público.
1999: Foi aberta a primeira turma para o curso de Especialização em Acupuntura na ABA-RJ. Esta turma inicial, composta por 30 alunos, graduados na área de saúde, teve seus objetivos plenamente alcançados, o que levou a instituição a abrir novas turmas todos os anos.
1999: No Brasil por sugestão do presidente da Vigilância Sanitária e do ministro José Serra, o CEATA, ANAMO, SATOSP e outras entidades sérias do movimento constituíram o CONBRAC (Conselho Brasileiro de Acupuntura) para avaliar os acupunturistas. No documento "Guidelines on basic training and safety in acupuncture", a OMS recomenda a adoção da acupuntura nos sistemas públicos de saúde utilizando tanto médicos ocidentais como terapeutas com formação exclusiva em acupuntura - inclusive com formação básica, para que trabalhem como agentes de saúde junto à população carente.
1999: O médico Ysao Yamamura, na revista Super Interessante, declara que: “Já somos mais de 5.000 médicos que usam acupuntura no Brasil, sem contar os 20.000 não-médicos habilitados para executar as aplicações”.
1999: Editada a Resolução SES Nº1439, da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, colocando normas para licenciamento, para fiscalização, sobre as instalações, e sobre os serviços de Acupuntura nos Hospitais do Estado. Foi o primeiro Estado do país a regulamentar a prática da Acupuntura.
1999: Lançado em Brasília o Projeto de Lei – nº 1244/99, de autoria do Deputado Luiz Bittencourt (PMDB-GO), que pretende restringir a prática da acupuntura aos pacientes do SUS somente para os médicos.
2000: Um grupo de médicos radicais enviou um relatório ao Senado afirmando que “na China, berço da Acupuntura, a técnica seria ensinada aos chineses exclusivamente nas escolas médicas, tanto em nível de graduação como de pós-graduação, exclusivamente para médicos alopáticos".
2000: Affonso Celso de Ouro Preto, embaixador do Brasil na China, envia uma carta ao Senado onde explica que a acupuntura na China constitui atividade de médicos de acupuntura e de medicina tradicional chinesa, "atividade socialmente independente da medicina alopática ou ocidental". O órgão que regula a terapia das agulhas em seu país berço é a Secretaria Nacional de Administração da Medicina Chinesa (que não tem nada a ver com a medicina alopata ou a ocidental).
2000: O IMAM, Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens, firma convênio com a Beijing University of Chinese Medicine, parceria internacional de Cooperação Acadêmica para realização do 1º Curso de Medicina Chinesa de nível superior das Américas, além da vantagem de Especialização em qualquer das unidades da BUCM no Mundo. O curso tem duração de cinco anos no Brasil com mais três meses de especialização no exterior.
2000: Através da Resolução SES Nº1439, de 30/12/99, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, fixa as normas para licenciamento, para fiscalização, sobre as instalações, e sobre os serviços de atendimento em Acupuntura nos Hospitais, através de equipes formadas por médicos e não-médicos.  
2000 - O Conselho Regional de Farmácia (CFF) disciplina a prática da acupuntura pelo profissional farmacêutico através da Resolução CFF nº 353/00.
2000: Realizado o primeiro Concurso Nacional para obtenção de títulos de especialista em Acupuntura Tradicional pelo Conselho Brasileiro de Acupuntura, o CONBRAC. O concurso de provas e títulos tem como objetivo oferecer à população apenas aqueles profissionais que comprovarem capacitação técnico profissional para o adequado exercício da acupuntura.
2000: A Acupuntura vive um momento de crescimento em sua história no Ocidente. Pesquisadores em Neurofisiologia em recentes achados (com o uso de imagens de ressonância magnética funcional cerebral) confirmaram o efeito analgésico dessa milenar prática chinesa sobre o sistema nervoso central. Enquanto isso no Brasil o substitutivo elaborado pelo senador médico Geraldo Althoff, é enviado à CCJC, Comissão de  Constituição e Justiça, onde receberá nova redação e emendas.
2000: Após o arquivamento da tentativa de monopólio da acupuntura pela classe médica no Senado a Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura lança a campanha nacional intitulada "Meu Acupunturista é Médico, e o Seu?".
2000: O Dr. Toshikatsu Yamamoto, descobridor do método YNSA, nova craniopuntura, realizaria um curso em São Paulo. Alguns radicais de tentaram forçar os organizadores a cancelar o evento; depois enviaram carta para Japão ameaçando o Dr. Yamamoto (dizendo que no Brasil a acupuntura só pode praticada por médicos e ele poderia ser preso). Prometeram desfiliar os médicos e cancelar seus títulos de especialistas em acupuntura caso viessem assistir as aulas. As manobras foram infrutíferas e estiveram presentes 400 acupunturistas.

2000: No Rio de Janeiro, a Universidade Estácio de Sá oferece o primeiro curso de nível superior em Terapias Naturais, cuja duração varia de um ano e oito meses a dois anos e três meses, e o aluno recebe diploma de formação específica em nível superior. Segundo o fisioterapeuta e acupunturista Ricardo Maki, um dos coordenadores do curso, este tipo de formação já existe nos EUA, Canadá e em vários países da Europa.
2000: Durante o I Congresso Brasileiro de Medicina Complementar e VI Congresso Brasileiro de Medicina Biomolecular, com a presença e o apoio do Ministro da Saúde José Serra foi fundada a Associação Brasileira de Medicina Complementar e Estratégias Integrativas em Saúde.
2000: A Associação Médica Brasileira divulgou nota oficial posicionando-se contra a abertura do Curso de Acupuntura para Não-Médicos, oferecido pela Universidade Estádio de Sá.
2000: Criado o Comitê Nacional Pró-Regulamentação da Acupuntura (Conapra), com sede em Brasília e representação em vários estados. Entre as propostas do Comitê estão: realização de um cadastro nacional de acupunturistas, eleição de um porta-voz que expresse o pensamento comum de todas as entidades e dar um
2000: O presidente do Sindicato dos Acupunturistas e Terapias Orientais de São Paulo, SATOSP, o médico Edson Toyiji Murasaki, afirma em entrevista para o Jornal O Estado de São Paulo: "O médico não tem, por si só, conhecimento em acupuntura, já que a milenar medicina oriental exige métodos de pensar completamente diferentes".
2001: Em recente visita ao Brasil o médico francês Raphael Nogier, filho do descobridor da Auriculoterapia Paul Nogier, fez questão de opinar sobre a  regulamentação da acupuntura no Brasil, em entrevista para uma revista de circulação nacional. PERGUNTA: "Os médicos brasileiros vêm tentando monopolizar o uso da acupuntura. Com isso excelentes profissionais não-médicos e técnicos terão de abrir mão da prática. Como o senhor vê isso, dr. Nogier? No caso específico da França, creio que o médico tem pouco tempo para trabalhar com a acupuntura. O tratamento passa a ser realizado pelo técnico, uma vez que a acupuntura em si não exige maiores conhecimentos em medicina. “ Eu mesmo sou tratado por um acupunturista não-médico. Por quê? Porque essa pessoa tem mostrado resultados muito bons. Estou perfeitamente satisfeito com ela”.
2001: Para acabar com dúvidas relativas à regulamentação da Acupuntura, a AMECA solicitou à presidência da WFAS (World Federation of Acupunture-Moxibustion Societies) maiores informações sobre a Acupuntura na China e recebeu uma correspondência diretamente do Presidente da WFAS, Dr. Deng Liang Yue, comprovando o caráter democrático e multidisciplinar da prática da acupuntura em seu país de origem.
2001: Em entrevista para o Jornal Nippo-Brasil o médico e acupunturista Ruy César Cordeiro, diretor da ABA (Associação Brasileira de Acupuntura), afirma que é necessário que a regulamentação seja feita de forma correta. “Regulamentar a prática apenas a médicos, odontólogos e veterinários é limitar muito o uso da acupuntura, que pode ser aplicada em diversas áreas. Acupuntura é clínica geral”. Para ele a restrição seria um desastre. De acordo com Cordeiro a acupuntura deve ser “uma atividade independente”.
2001 - Em 1º de Abril de 2001, no jornal Estado de Minas foi publicada um alerta à população emitido pelas associações médicas de MG (SMBA, SOMA/MG e AMMG) contra o curso de Medicina Tradicional Chinesa (MTC) do IMAM - Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagens, dizendo que Acupuntura é monopólio dos médicos e que os profissionais a serem formados não poderão exercer tal atividade.
2001 - Algumas associações médicas, apoiadas pelo Conselho Regional de Medicina, decidem ignorar as resoluções dos Conselhos Federais de Fisioterapia, Biomedicina, Enfermagem, Farmácia e Fonoaudiologia e o processo de regulamentação que tramita no Senado Federal. A estratégia era tentar derrubar, via liminares na Justiça, as resoluções internas destes órgãos em relação à prática da acupuntura.
2001: No final de 2001 o Conselho Federal de Medicina moveu ações contra todos os Conselhos da Área da Saúde que possuem uma Resolução normatizadora da prática da acupuntura. O Colégio Médico de Acupuntura também. Eles alegavam incompetência dos demais profissionais de saúde à prática da acupuntura.
2002: O COFITTO, O COFEN e o CRBM publicam notas de esclarecimento onde repudiam a atuação do grupo de médicos radicais que deseja monopolizar a prática da acupuntura através de ações na Justiça.
2002: A Justiça dá ganho de causa aos conselhos de Enfermagem, Fisioterapia e Biomedicina em relação às liminares que buscavam dar efeito suspensivo às resoluções internas em relação à prática da acupuntura. As entidades médicas prometeram recorrer e o processo deve se arrastar.
2002: O CFP (Conselho Federal de Psicologia), através da resolução CFP N° 005/2002 reconhece o uso da Acupuntura como recurso complementar ao trabalho do psicólogo. 

Márcio Jean de Carli - Biomédico e Acupunturista